segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Chorinho Delicado

                                             

Amo "Delicado", Choro Baião de Waldir Azevedo. O Choro da saudade para mim. Um tempo feliz, boas recordações, quando meu amado pai, o herói da minha vida, ainda estava entre nós. Em sua alegria costumeira, nas tertúlias das tardes de domingo, mostrava seu talento cantando com aquele seu abençoado vozeirão. Embora amador,  mas bom instrumentista, tocando viola, bandolim, flauta, gaita... música, seresta e muito, muito Chorinho. Não podia faltar "Delicado", adorava. Tive a quem puxar, essa minha paixonite por Chorinho.

Carlos Drummond de Andrade



O Tempo Passa? Não Passa


O tempo passa? Não passa
no abismo do coração
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima 
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos do calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.

                                              Carlos Drummond de Andrade


Angeles by Enya on Grooveshark

Vôo Musical

Ólafur Arnals, músico compositor islandês de grande sensibilidade, em uma apresentação mágica combina música erudita e eletrônica acompanhada por clipes em perfeita sintonia com a música.

                        

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os Poemas



Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


Mário Quintana
Esconderijos do Tempo

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Luz e Cores

Amo a natureza, a luz, sua fluidez e, através dela, cores, paisagens, mar, campo, seres, animais, pessoas. Nuances, sombras, reflexos coloridos da imensurável beleza da natureza, emoções. Sob meu olhar, cores desnudas ao sol interpretando o que está por trás da imagem - essência da arte da pintura. Minha paleta revelando a cor do meu coração. 
Apaixonadamente, reverencio Monet, o grande mestre do Impressionismo.



                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     Exposição Monet 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cosmos é Música

Sem música, o mundo seria sem cor, sem poesia, sem encanto, apenas um esboço. Não saberia viver em um mundo sem música, uma das minhas grandes paixões. Desconfio que, nem a Vida, a começar pelas batidas do nosso coração, um dos grandes ritmos da Criação.  Os sinais da natureza, suas notas musicais, o balé cósmico, a alquimia das estrelas.  O Cosmos vibra, é som, é música, está em toda parte. A menor partícula, cada átomo compondo a sinfonia da Criação.
A boa música envolve, leva a um outro mundo e, de tão bela, toca fundo a alma, ao melhor de nós mesmos, enlevando o espírito.  É quando a eternidade se recria ao som da melodia secreta do Universo.


                        

domingo, 23 de outubro de 2011

Palavras



Se palavras há que não exprimem verdadeiramente os sentimentos, faltam palavras. Contudo, sentimentos, dimensão espiritual, precisam ser falados em qualquer linguagem para que o coração não se cale, a alma silencie, e se perca. Palavras podem ser como flores, aromas e cores enfeitando jardins, ou como lanças que podem machucar. Prefiro as da linguagem do poeta, as que iluminam como estrelas cintilantes, as que rasgam o céu escuro como cometas abrindo as janelas da liberdade. Essas são as minhas palavras, delicadas e fortes, como embarcações sobre ondas suaves, ou violentas. Tempestade ou calmaria, minha alma como todas, em viagens, essas nossas vidas tão frágeis atravessando o Universo em seu mistério de Amor.