Um dia desses, estava na casa de meu filho e deparei-me com um livro em sua estante. Não sei, ao certo, por que me chamou a atenção o título: “Cura e Libertação”. Pensei que, talvez por curiosidade, já que não é o tipo de leitura que meu filho goste, ou lhe interesse. Peguei o livro e me dirigi à varanda, onde, sentada, contemplando o mar, me indaguei o que fazia esse livro em minhas mãos. Tomada por uma forte sensação que ali estava, esperando por mim, dei início a leitura. E quanto mais adentrava em suas páginas, mais e mais percebia que havia, nele, algo para mim. Dei-me conta, já na metade do livro, como às vezes nos chegam pelas vias mais inesperadas, esclarecimentos de questões que pensamos são exclusivamente do outro. Sequer as tomamos como importantes em nossa vida, mas certamente fazem parte dela, pois de alguma forma estamos envolvidos. E, percebi claramente, o quanto estava envolvida.
Dias atrás, movida por situações
difíceis, tentava entender as aflições humanas. O porquê das pessoas se verem
tomadas por medos, neuroses, fragilizando-as em todos os sentidos, a
tal ponto de adoecerem, mergulhando em profunda depressão, perdendo o controle de suas vidas, a
identidade, a fé, o amor de si mesmas. E, agora, inesperadamente, vi nessa
leitura o que poderia ser uma resposta… Se, de algum modo, em algum momento de
nossa vida, estamos ao lado de pessoas nessa angustiante situação é porque tem a
ver conosco, algo se espera de nós. E, se do nosso círculo familiar é porque
muito no diz respeito, estamos comprometidos. Devemos olhar bem fundo nos olhos
do outro e procurarmos a resposta, um caminho de cura, provavelmente a luz para
nossa própria libertação.
Transferir para os outros, a culpa dos
nossos problemas é um vício nosso, muito cômodo. Difícil aceitar qualquer responsabilidade nossa pelos nossos maus êxitos. Tendemos a
permanecer nessa zona do conforto, sempre colocando a culpa no outro. Chegamos
até a alegar a falta de proteção divina, que Deus nos abandonou, ou que não
existe mesmo quando nos deparamos numa escalada de perdas. De modo que, nada
fazemos para mudar os padrões negativos que nos tornam prisioneiros da
nossa própria vaidade em não reconhecer que somos imperfeitos, suscetíveis a
erros, equívocos. Conquanto tenhamos sido muito prejudicados por terceiros,
geralmente está em nós a causa principal dos nossos problemas, seja pelas nossas
ações negativas, ou pelas nossas omissões. E isso também se aplica ao lado
espiritual, pois tomamos como pretexto, influências de espíritos inferiores pelas nossas
dificuldades.
Lembremo-nos, atraímos as forças, conforme nossos padrões de
pensamento, sentimento e ação. Regra de Ouro: O bem sempre atrai o bem,
repelindo o mal, e o mal atrai o mal, repelindo o bem. Cristo disse:
“Orai e Vigiai”. E Buda: "Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o mundo".
As pessoas geralmente, não querem encarar
o desafio de olhar para si mesmas como realmente são: aprendizes da vida,
observando, errando, acertando, caindo, levantando, progredindo… Preferem criar
uma imagem perfeita de si, que corresponda ao ideal de si mesmas para seu
deleite imaginário, para serem admiradas pelos outros e por pura, boba vaidade.
Há um medo subjacente em não enfrentar esse desafio, por acreditar que se é
incapaz desse enfrentamento, pelo receio de se reconhecer nas imperfeições do
outro, que tanto repele, e se ver frente a frente com um “monstro”. Diga-se,
“monstro” esse forjado pelo próprio medo de se reconhecer tal como é, ou se
está. Diz-se que, quando atentamos muito para os defeitos do outro, estamos
olhando para o espelho.
“A tal ponto chega essa nossa rebeldia
inconsciente em não nos reconhecermos que, procuramos muitos canais de fuga. Até
no lado espiritual, as pessoas tendem a procurar tratamentos espirituais, como
se a raiz de todos os seus problemas tivesse fora de si mesmo. Qualquer
influência negativa, seja de que natureza for, é apenas uma causa secundária. A
causa principal somos nós.”
“Cura e Libertação” (José Carlos de
Lucca)
Juiz de direito em São Paulo
Libertação espiritual
Não acuse os Espíritos
desencarnados sofredores pelos seus fracassos na luta. Repare o ritmo da própria
vida, examine a receita e a despesa, suas ações e reações, seus modos e
atitudes, seus compromissos e determinações, e reconhecerá que você tem a
situação que procura e colhe exatamente o que semeia. (André
Luiz)
Tome conta de
si mesmo. Deus concedeu a jurisdição de si mesmo, é você quem manda em você nos
caminhos da vida! (Herculano Pires)
Como diz André Luiz:
"Não adianta procurarmos
tratamentos espirituais para afastar as energias negativas de nossa vida se nós
somos a própria energia negativa pulsando 24h por dia.
Não adianta obtermos uma bênção
espiritual se continuamos amaldiçoando a vida e as pessoas.
Como querer que o passe nos cure se
não deixamos passar a tristeza e a mágoa?
Como pretender proteção para o lar
contra as forças negativas se em casa impera o vício e a falta de respeito entre
os familiares?
De que forma posso desejar que meus
caminhos se abram se meus pensamentos estão fechados na falta de confiança em
mim e em Deus?
De que nos adianta consultar os astros
se não fazemos brilhar a estrela dos nossos talentos?"
Como bem o afirma Chico Xavier:
“não adianta o diabo assoprar onde não há brasas”.
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